Comunicação e migração no Maranhão

relatos de deslocamentos de trabalhadores rurais maranhenses e condições análogas a de trabalho escravo

Autores

  • Flávia Almeida Moura Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

DOI:

https://doi.org/10.5016/dv2s0w29

Palavras-chave:

Práticas Comunicativas, Migração, Trabalho Escravo, Maranhão

Resumo

O texto investiga a partir de algumas narrativas de vida (Bertaux, 2010) como as dinâmicas comunicacionais (França, 2001) participam dos fluxos migratórios (Menezes, 2002) bem como da manutenção de trabalhos degrantes e em condições análogas à escravidão (Esterci, 1994; Moura, 2016) de grupos de trabalhadores e trabalhadoras maranhenses que buscam trabalho fora de suas lavouras como forma de complementar renda e garantir a reprodução familiar. Identificamos que os vínculos entre os sujeitos a partir das redes familiares, de vizinhança e de compadrio ditam as dinâmicas dos deslocamentos; portanto as práticas comunicativas podem ser transformadas em instrumentos de enfrentamento ao trabalho escravo contemporâneo.

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Biografia do Autor

  • Flávia Almeida Moura, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

    Doutora em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), professora do Departamento de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação/Mestrado Profissional da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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Publicado

10-06-2024

Edição

Seção

Dossiê: Comunicação, conflitos e fronteiras

Como Citar

ALMEIDA MOURA, Flávia. Comunicação e migração no Maranhão: relatos de deslocamentos de trabalhadores rurais maranhenses e condições análogas a de trabalho escravo. Revista Comunicação Midiática, Bauru, SP, v. 18, n. 2, p. 55–71, 2024. DOI: 10.5016/dv2s0w29. Disponível em: https://www2.faac.unesp.br/comunicacaomidiatica/index.php/CM/article/view/590.. Acesso em: 28 set. 2024.