Comunicação e migração no Maranhão
relatos de deslocamentos de trabalhadores rurais maranhenses e condições análogas a de trabalho escravo
DOI:
https://doi.org/10.5016/dv2s0w29Palavras-chave:
Práticas Comunicativas, Migração, Trabalho Escravo, MaranhãoResumo
O texto investiga a partir de algumas narrativas de vida (Bertaux, 2010) como as dinâmicas comunicacionais (França, 2001) participam dos fluxos migratórios (Menezes, 2002) bem como da manutenção de trabalhos degrantes e em condições análogas à escravidão (Esterci, 1994; Moura, 2016) de grupos de trabalhadores e trabalhadoras maranhenses que buscam trabalho fora de suas lavouras como forma de complementar renda e garantir a reprodução familiar. Identificamos que os vínculos entre os sujeitos a partir das redes familiares, de vizinhança e de compadrio ditam as dinâmicas dos deslocamentos; portanto as práticas comunicativas podem ser transformadas em instrumentos de enfrentamento ao trabalho escravo contemporâneo.
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