60 ANOS DA MESMA NOITE: o que os Mortos Podem Ensinar sobre Democracia e Direitos Humanos?
DOI:
https://doi.org/10.5016/ridh.v12i01.294Palavras-chave:
Ditadura militar, Autoritarismo, MemóriaResumo
Em 2024, descomemoramos os sessenta anos do golpe civil militar que mergulhou o Brasil em 21 anos de ditadura, a mais longa de sua história. Contudo, no cenário atual, ao invés do repúdio ao que significaram os anos de autoritarismo e suas sequelas, a sociedade brasileira, encontra-se num cenário em que uma porcentagem considerável
olha para este passado de forma positiva. Nesse contexto, nosso ensaio procurará apontar a trajetória das descomemorações, a partir de 1965, para compreender as oscilações entre a vergonha e o orgulho do passado autoritário. Na sequência, convocamos os mortos produzidos pelo autoritarismo pré e pós ditadura com o objetivo de compreender que suas mortes não são acaso ou exceção e, tão pouco, dizem respeito apenas a eles enquanto indivíduos. Estas mortes sintetizam uma produção e um aperfeiçoamento das tecnologias de violência que operam na gestão da morte pelo Estado brasileiro, que continua, não apenas produzindo corpos violentados, como também, tenta eclipsar a relação que a sociedade pode estabelecer com sua memória. Desta maneira, ao recorrer aos mortos, procuramos refletir sobre o que podem nos ensinar e que tarefas ainda nos convocam a realizar frente ao passado autoritário e ao presente de negacionismo.
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