60 ANOS DA MESMA NOITE: o que os Mortos Podem Ensinar sobre Democracia e Direitos Humanos?

Autores

  • David A. Castro Netto UEM
  • Adriana Barin de Azevedo UEM

DOI:

https://doi.org/10.5016/ridh.v12i01.294

Palavras-chave:

Ditadura militar, Autoritarismo, Memória

Resumo

Em 2024, descomemoramos os sessenta anos do golpe civil militar que mergulhou o Brasil em 21 anos de ditadura, a mais longa de sua história. Contudo, no cenário atual, ao invés do repúdio ao que significaram os anos de autoritarismo e suas sequelas, a sociedade brasileira, encontra-se num cenário em que uma porcentagem considerável
olha para este passado de forma positiva. Nesse contexto, nosso ensaio procurará apontar a trajetória das descomemorações, a partir de 1965, para compreender as oscilações entre a vergonha e o orgulho do passado autoritário. Na sequência, convocamos os mortos produzidos pelo autoritarismo pré e pós ditadura com o objetivo de compreender que suas mortes não são acaso ou exceção e, tão pouco, dizem respeito apenas a eles enquanto indivíduos. Estas mortes sintetizam uma produção e um aperfeiçoamento das tecnologias de violência que operam na gestão da morte pelo Estado brasileiro, que continua, não apenas produzindo corpos violentados, como também, tenta eclipsar a relação que a sociedade pode estabelecer com sua memória. Desta maneira, ao recorrer aos mortos, procuramos refletir sobre o que podem nos ensinar e que tarefas ainda nos convocam a realizar frente ao passado autoritário e ao presente de negacionismo.

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Referências

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Publicado

01.07.2024

Como Citar

NETTO, D. A. C.; AZEVEDO, A. B. de. 60 ANOS DA MESMA NOITE: o que os Mortos Podem Ensinar sobre Democracia e Direitos Humanos?. Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos, Bauru, v. 12, n. 01, p. 121–130, 2024. DOI: 10.5016/ridh.v12i01.294. Disponível em: https://www2.faac.unesp.br/ridh3/index.php/ridh/article/view/294. Acesso em: 5 jul. 2024.

Edição

Seção

Dossiê