“Esta é uma obra coletiva de ficção…”

Representação e Similitude em Michel Foucault e as telenovelas exibidas pela TV Globo

Autores

  • Tacia Rocha Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  • Roselene de Fatima Coito Universidade Estadual de Maringá (UEM)

DOI:

https://doi.org/10.5016/cm.v18i1.574

Palavras-chave:

Representação, Ficção, Materialidade audiovisual, Real, Realidade

Resumo

No conceito de representação discutido por Michel Foucault, a realidade é composta pela repetição e pela criação de algo novo por meio da não semelhança com o real. Partindo do referencial  teórico  e  metodológico dos Estudos  discursivos foucaultianos, esta pesquisa tem como objetivo problematizar o conceito de representação estudado por Foucault em Isto não é um cachimbo, a partir do pintor belga Rene Magritte (1898-1967), e analisar como este conceito é retomado pela teledramaturgia da Rede Globo por meio do enunciado que aparece nos créditos finais. Os resultados revelam que o jogo entre as imagens em movimento e a trama televisiva funcionam como os cachimbos suspensos e pintados no quadro A traição da imagens, que são ficcionais e cujo desconforto do sujeito que observa a imagem é resolvido a partir do enunciado que revela a ficcionalidade da obra.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Tacia Rocha, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

    Tacia Rocha, Doutoranda em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), linha de pesquisa Processos midiáticos e práticas socioculturais, e Mestra em Letras, pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Possui 10 anos de experiência no Ensino Superior, em cursos de Comunicação Social, em pós-graduação latus sensu e na Educação Profissional e Técnica de Nível Médio (EPTEC-PR). Na pesquisa científica se interessa pelos temas: discurso, feminismo, minorias, estudos culturais, comunicação social, mídia. E-mail: tacia.rocha.f@gmail.com.

  • Roselene de Fatima Coito, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

    Doutora em Estudos Literários (UNESP), pós-doutorado na Écola de Hautes Études en Sciences Sociales, sob a supervisão do Prof. Dr. Rogeer Chartier. Professora associada (UEM).  É professora associada C da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: discurso, identidade, leitura, literatura, poder e imagens. E-mail: roselnfc@yahoo.com.br

Referências

ARAÚJO, Felipe. Isto Não É um Cachimbo. Publicado 29 mai. 2013. Disponível em: <http://dialogosantropologicos.blogspot.com.br/2013/05/isto-nao-e-um-cachimbo_29.html>. Acesso em: 15 nov. 2023.

CAMPOS, Jorge Lucio de Campos. Eis dois cachimbos: roteiro para uma leitura foucaultiana de Magritte. Espéculo. Revista de estudios literarios, n. 27, 2004. Universidad Complutense de Madrid. Disponível em: <http://pendientedemigracion.ucm.es/info/especulo/numero27/magritte.html>. Acesso em: 15 nov. 2023.

CASTRO, Edigardo. Introdução a Foucault. Trad. Beatriz de Almeida Magalhães. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015. (Filô/Margens)

COITO, Roselene de Fátima. A ilustração: da representação como interpretação do simbólico. Revista da ABRALIN. vol.14, n.2, p. 149-167, jul./dez. 2015.

FOUCAULT, Michael. Isto não é um cachimbo. Tradução Jorge Coli. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

______. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. (Coleção Tópicos)

______. Isto não é um cachimbo. In: MOTTA, Manoel Barros da (Org.). Estética: literatura e pintura, música e cinema. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. p. 247-263. (Ditos & escritos; 3)

MERQUIOR, José Guilherme. Michel Foucault ou o niilismo de Cátedra. Tradução de onaldson M. Garschagen. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1985. (Coleção

Logos)

PLATÃO. Livro X. In: ______. A república. Tradução de Enrico Corvisieri. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999. p. 321-352.

REDE GLOBO. Rede Globo exibe, nos créditos finais, frase que reforça o conceito de ficção. Rede Globo. Rio de Janeiro: 2011. Disponível em: <http://redeglobo.globo.com/novidades/noticia/2011/10/rede-globo-exibe-nos-creditos-finais-frase-que-reforca-o-conceito-de-ficcao.html>. Acesso em 15 nov. 2023.

RICOEUR, P. Entre retórica e poética: Aristóteles. In: ______. A metáfora viva. São Paulo: Edições Loyola, 2000. p.17-75.

VIDAL, Daniel. Porque é que todos os filmes dizem ser “uma obra de ficção” (mesmo quando não o são). Nit, 2016. Disponível em: <https://nit.pt/coolt/08-27-2016-porque-e-que-todos-os-filmes-dizem-ser-uma-obra-de-ficcao-mesmo-quando-nao-o-sao>. Acesso em: 15 nov. 2023.

Downloads

Publicado

10-06-2024

Como Citar

ROCHA, Tacia; COITO, Roselene de Fatima. “Esta é uma obra coletiva de ficção…”: Representação e Similitude em Michel Foucault e as telenovelas exibidas pela TV Globo. Revista Comunicação Midiática, Bauru, SP, v. 18, n. 1, p. 199–215, 2024. DOI: 10.5016/cm.v18i1.574. Disponível em: https://www2.faac.unesp.br/comunicacaomidiatica/index.php/CM/article/view/574.. Acesso em: 28 set. 2024.