O destino da heroína refugiada

Animação e instrumentalização da violência e morte em corpos migrantes

Authors

  • Regiane Regina Ribeiro Universidade Federal do Paraná
  • Leonardo Costa Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5016/stbsqc94

Keywords:

animação, audiovisual, refugiados, migrações, representação

Abstract

A presente pesquisa investiga a representação da figura do refugiado na ficção animada por meio da personagem Halo, da série de 2019 Justiça Jovem: Forasteiros e sua relação com a violência e a morte. No âmbito teórico, reúne apontamentos sobre representação, identidade e orientalismos, além de discussões sobre a presença de imigrantes e refugiados na mídia. A pesquisa tem caráter qualitativo e adota como técnica a Análise Crítica de Narrativa. Entre os resultados, salientou-se que a narrativa aciona uma ritualização da violência e morte contra o corpo migrante; reforça aspectos orientalistas; mas, em contraste, oferece resistências e rompimentos a esses aspectos por meio da centralidade da personagem na história.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

  • Regiane Regina Ribeiro, Universidade Federal do Paraná

    Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC - SP. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC - SP. Tem graduação em Comunicação Social. Líder do grupo de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): NEFICS - Núcleo de Estudos em Ficção Seriada e Audiovisualidades. Professora permanente da linha de pesquisa em Comunicação e Formações Socioculturais do Programa de Pós-graduação em Comunicação UFPR.

  • Leonardo Costa, Universidade Federal do Paraná

    Doutorando e Mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Paraná - UFPR (2021), especialista em Docência para o Ensino Superior (Univali, 2022) e bacharel em Comunicação Social - Jornalismo (Univali, 2014). Integrante do grupo de pesquisa NEFICS - Núcleo de Estudos em Ficção Seriada e Audiovisualidades (UFPR), e do OBITEL Brasil - Rede Brasileira de Pesquisadores da Ficção Televisiva, a partir dos quais pesquisa principalmente comunicação e gênero, identidades, representações, narrativas ficcionais e personagens, tendo animações como principal materialidade. 

References

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. I. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

AGAMBEN, Giorgio. Política do exílio. In: DANNER, Leno Francisco; DANNER, Fernando. Temas de Filosofia Política Contemporânea, Porto Alegre: Fi, p. 33-51, 2013.

BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Zahar. Rio de Janeiro. 1999.

BONIN, Jiani Adriana. Revisitando os bastidores da pesquisa: práticas metodológicas na construção de um projeto de investigação. In: MALDONADO, Alberto Efendy et al. Metodologias da pesquisa em comunicação: olhares, trilhas e processos. 2. ed. Porto Alegre: Sulina. p. 19-42, 2011.

CASTRO, Martins de; JOHN, Valquíria Michela. “O meu nome é Dalila”: possíveis intersecções entre as figuras da vilã de telenovela e do Outro oriental em “Órfãos da Terra” (2019). Revista brasileira de estudos da Homocultura, v. 06, n. 21, 2023. Disponível em:

CHOLODENKO, Alan. A animação do cinema. Galáxia, v.1, n. 34, p. 20-54, 2017.

CHOLODENKO, Alan. A fotografia imóvel. Lumia, v. 11, n. 3, p. 215-236, set./dez. 2017.

CHOLODENKO, Alan. The crypt of cinema. Cultural studies review, Melbourne. V.10, n.2, p. 99-113, 2004.

CHOUDRY, S; HABIB, S. The Riz test. (2019). Disponível em: <https://www.riztest.com/>. Acesso em: 1 dez. 2023.

COGO, Denise. Comunicação, migrações e gênero: Famílias transnacionais, ativismo e TICs. In: 37º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Foz do Iguaçu. Anais eletrônicos, 2014.

COSTA, Leonardo José; RIBEIRO, Regiane Regina. As vidas descartáveis de Halo. In: BAPTISTA, Maria Manuel; ALMEIDA, Alexandre Rodolfo Alves (Eds.). Performatividades de Género na Democracia Ameaçada. Coimbra: Gráfico Editor, p. 237-245, 2020.

DENIS, Sébastien. O cinema de animação. Lisboa: Texto e Grafia, 2010.

DI CESARE, Donatella. Estrangeiros Residentes: Uma filosofia da migração. Belo Horizonte: Âyiné, 2020.

DUARTE, Pedro Russi. A diáspora uruguaia nas interações comunicacionais e midiáticas de migrantes no sul do Brasil. Resgate: Revista Interdisciplinar de Cultura, v.10, n.14, p.109-118, 2005.

ELHAJJI; Mohammed; ÁVILA, Otávio Cezarinni. A autobiografia dos que não narram e a solidariedade aos migrantes em tempos de copa do mundo. Metaxy, v.2, n.1, p.12-30, 2019.

ELHAJJI; Mohammed; ESCUDERO, Camila. A contribuição da comunicação para os estudos migratórios. Revista Latino Americana de Ciencias de la Comunicación, v.14, n.26, p.176-190, 2017.

ELHAJJI; Mohammed; PARAGUASSU. Os refugiados e os Jogos Olímpicos: a representação midiática da iniciativa de inclusão nos Jogos de Tóquio 2020. Extraprensa, v. 15, n. 2, p. 127-145, 2022.

FERNANDES, Patrícia Pimenta. Diáspora na rede: redes sociais e questões identitárias de migrantes haitianos no Brasil. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal Fluminense, 2015. Disponível em <https://app.uff.br/riuff/handle/1/3870>. Acesso em 10 dez. 2023.

GAYOSO, Celso Francisco. Espaços latino-americanos: comunicação, interculturalidade e cidades da fronteira Brasil-Bolívia. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2013. Disponível em <https://buscaintegrada.ufrj.br/Record/aleph-UFR01-000819022>. Acesso em 10 dez. 2023.

GUIMARÃES, Maristela Abadia. O ‘eu’ confronta o ‘outro’: o que (re)velam as manifestações de brasileiros sobre haitianos nas mídias e redes sociais digitais. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Mato Grosso, 2017. Disponível em <https://ri.ufmt.br/handle/1/1887>. Acesso em 10 dez. 2023.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Lamparina, 2015.

HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Apicuri, 2016.

METZ, Christian. A significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 2019.

MOTTA, Luiz Gonzaga. Análise crítica da narrativa. Brasília: Editora UNB, 2013.

PONTES, Luciana. A representação audiovisual das mulheres migradas. Cadernos Pagu, n.1, v. 39, p. 273-311, 2012.

RUIZ, Castor Mari Martín Bartolomé; MOLINA; Carolina Reyes. Os refugiados, uma vida cindida entre o humano e o cidadão - Um diálogo com Giorgio Agamben. Interthesis, v. 19, p. 01-23, 2022.

SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Editora Companhia das Letras, 2007.

SEREZA, Luiz Carlos. Era o Hotel Cambridge. Arte, violência e refúgio. In: KAMINSKI, Rosane; Honesco, Vinícius; SEREZA, Luiz Carlos (org.) Arte e violência. São Paulo: Intermeios, 2020.

SIMMEL, G. O estrangeiro. In: MORAES FILHO. E. (Org.). Sociologia. São Paulo: Ática, 1983.

VIEIRA, Maricheli de Alameida; BRIGNOL; Luciane Dutra; CURI; Guilherme de Oliveira. A recepção da telenovela Órfãos da Terra: entre a interculturalidade e a manutenção de estereótipos na representação de identidades migrantes. Revista Comunicação e Sociedade, v. 43, n. 3, p. 137-167, 2021.

WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma in­trodução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e Diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, p. 7-67, 2014.

Published

2024-06-10

Issue

Section

Dossiê: Comunicação, conflitos e fronteiras

How to Cite

RIBEIRO, Regiane Regina; COSTA, Leonardo. O destino da heroína refugiada: Animação e instrumentalização da violência e morte em corpos migrantes. Revista Comunicação Midiática, Bauru, SP, v. 18, n. 2, p. 129–148, 2024. DOI: 10.5016/stbsqc94. Disponível em: https://www2.faac.unesp.br/comunicacaomidiatica/index.php/CM/article/view/583.. Acesso em: 19 dec. 2024.