Bob Cuspe, sem anestesia
Desentendimento e ódio no discurso de ruptura de um personagem iconoclasta
Palavras-chave:
História em quadrinhos, Contracultura, Comunicação sem anestesia, DesentendimentoResumo
O discurso de ódio é tratado neste artigo em uma chave alternativa às abordagens que questionam a violência, a negação e a exclusão do outro, na busca da superação dos conflitos. Assume a ideia do desentendimento e do confronto, da crítica sarcástica e do discurso agressivo como recursos de enfrentamento e resistência, como “estratégias sensíveis” adotadas por segmentos subalternizados da sociedade que habitam os “territórios opacos” da cidade. Parte de articulações entre cultura e contracultura, história e comunicação, estética e política, no estudo de narrativas midiatizadas, como é o caso das Histórias em Quadrinhos e Charges. Traz para a análise um recorte do discurso de ruptura proposto pelo cartunista Angeli, na figura de um personagem iconoclasta, o subversivo e agressivo Bob Cuspe, que confronta e desafia a sociedade neoliberal com seu irônico e contundente discurso de ódio. Para problematizar e refletir criticamente sobre este tema, busca-se fundamentação teórica em leituras de autores como Jacques Rancière, Grégoire Chamayou e Muniz Sodré.