Fluxos decoloniais em redes digitais por uma conectividade nortista

Resumo

Este artigo discute fluxos de conteúdos que surgiram em redes sociais mediante a ação colaborativa de usuários, a qual facilitou o alcance de informações sobre as crises de energia e de saúde que passaram os estados brasileiros do Amapá e do Amazonas no período pandêmico. Tais informações chegaram à mídia tradicional e ao restante do país devido à popularidade alcançada pelas hashtags #SoSAmapá e #SoSAmazonas, que propagaram mensagens decoloniais (Suess; Silva, 2019) em uma tessitura de conexões que denominamos pró-Norte (nortista). Como método para desenvolver a análise, realizamos buscas por palavras-chave no Google Notícias, bem como nas plataformas Twitter e Instagram; além da pesquisa pela atividade das hashtags na ferramenta Hashtagify, a qual nos permitiu vislumbrar um mapeamento inicial da rede de usuários integrantes da ação de divulgação referente aos temas de nosso interesse. Para isso, valemo-nos da Teoria Ator-Rede, de Bruno Latour (2012), e dos Estudos de Discurso Mediado por Computador e Redes Sociais (Recuero et. at. 2020). Como resultado, observamos que a região Norte do Brasil é mais suscetível não só no que consiste à cobertura jornalística do "exótico", como também a ataques e saques de recursos, o que vêm sendo levantado pelos neofluxos (Lima Jr., 2011) comunicacionais que buscamos apresentar.