Direitos humanos para humanos direitos

como um conceito distorcido de Direitos Humanos se dissemina como meme

Autores

  • Janaina Soares Gallo Universidade de São Paulo
  • Anderson Vinicius Romanini Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5016/ridh.v10i1.87

Palavras-chave:

Direitos Humanos, Meme, cobertura policial, meios de comunicação

Resumo

Resumo: Análise da disseminação da frase ‘Direitos humanos para humanos direitos’ como um meme. A partir da análise do Relatório Final sobre Violações de Direitos Humanos na Mídia Brasileira da Comissão Permanente de Direito à Comunicação e à Liberdade de Expressão do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, verificamos se esta frase, tão presente no inconsciente coletivo, se configura um meme no sentido epistemológico do termo, tal qual definido por Richard Dawkins. Faremos uma contextualização histórica sobre o conceito de meme – muito além da propagação pelas mídias sociais – como uma unidade de informação, que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre outros locais onde a informação é armazenada, no presente caso nos conteúdos apontados pelo relatório. Pretende-se ainda neste trabalho investigar como os meios de comunicação em massa contribuíram para a propagação desse pensamento. Assim, verificamos o quanto a penetração deste bordão se deve à ubiquidade dos programas de cobertura policial transmitidos pelas redes de rádio e televisão brasileiras.

 

‘Derechos humanos para los humanos derechos’: de que manera un concepto distorsionado acerca de los derechos humanos difunde-se como un meme

Resumen: Análisis de la difusión de la frase ‘Derechos humanos para los humanos derechos’ como meme. Con base en el análisis del Informe Final sobre Violaciones a los Derechos Humanos en los Medios de Comunicación Brasileños de la Comisión Permanente del Derecho a la Comunicación y Libertad de Expresión del Consejo Nacional de Derechos Humanos, comprobamos si esta frase, tan presente en el inconsciente colectivo, constituye un meme en el sentido epistemológico del término, tal como lo definió Richard Dawkins. Aportaremos una contextualización histórica del concepto de meme, mucho más allá de su propagación a través de las redes sociales, como una unidad de información que se multiplica de cerebro a cerebro o entre otros lugares donde se almacena la información, en este caso en los contenidos señalados por el informe. También se pretende en este trabajo investigar cómo los medios de comunicación contribuyeron a la propagación de este pensamiento. Así, verificamos cuánto se debe la penetración de este eslogan a la ubicuidad de los programas de cobertura policial emitidos por las cadenas de radio y televisión brasileñas.

Palabras clave: Derechos humanos. Meme. Periodismo policial. Memetica.

 

‘Human rights for the right humans: how a distorted concept about human rights spreads as a meme

Abstract: Analysis of the spreading of the phrase “Human Rights for the right humans” as a meme. From the analysis of the Final Report on Human Rights Violations in the Brazilian Media by the Permanent Commission on the Right to Communication and Freedom of Speech by the National Council on Human Rights, we verified if this phrase, so present in the Brazilian collective unconscious, configures a meme in the epistemological sense of the term, as defined by Richard Dawkins. We’ll make an historical contextualization about the concept of the meme, far beyond its propagation by social media, as an unit of information that multiplies from brain to brain or between other places where information is stored, in the present case, the content pointed by the report. We also intend to investigate how the broadcast media contributed to the spread of this line of thought. This way, we verify how much of the penetration of this catchphrase is due to the ubiquity of crime and police focused TV shows transmitted In Brazilian radio and TV broadcasting networks.   

Keywords: Human rights. Meme. Police journalism. Memetics

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Biografia do Autor

Janaina Soares Gallo, Universidade de São Paulo

Licenciada em Educomunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), advogada e mestranda em Ciências da Comunicação na mesma instituição.  Atua há mais de 10 anos com Educação em Direitos Humanos, foi coordenadora adjunta de Educação em Direitos Humanos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos da cidade de São Paulo e consultora pedagógica  no  Programa de Políticas Educacionais do Instituto Auschwitz. Desde 2018  atua na organização e mediação do Curso Intensivo de Educação em Direitos Humanos - Mem´ória e Cidadania do Memorial da Resistência de Sâo Paulo. 

Anderson Vinicius Romanini, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo

Possui graduação em Ciências da Comunicação (Jornalismo, 1990), mestrado (2001) e doutorado (2006) em Ciências da Comunicação, todos pela Universidade de São Paulo. Pós-doutorado pela Universidade de Indiana (EUA), em 2014. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Filosofia e Teoria da Comunicação, Filosofia da Linguagem, Cultura e Semiótica. Como jornalista, foi repórter, editor ou colaborador em diversos meios de comunicação, nas quais cobriu principalmente assuntos de cultura, ciência e sustentabilidade. É o atual presidente da Sociedade Brasileira de Ciência Cognitiva (SBCC) para a gestão 2017-2019. É também editor-científico da revista SEMEIOSIS (Revista Transdisciplinar de Semiótica e Design), Membro de corpo editorial da Peter Lang Book Series Reflections on Signs and Language, além dos seguintes periódicos: Cadernos de Semiótica Aplicada (CASA), Brazilian Journal of Technology, Communication, and Cognitive Science, Texto Livre: Linguagem e Tecnologia e da Clareira- Revista de Filosofia da Região Amazônica. Coordenador do Grupo ECA pela Democracia.Pesquisador do Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação (CELACC), do Centro de Lógica e Epistemologia da Ciência (CLE/Unicamp), do Grupo de Estudos em Sistemas Sígnicos do Design, bem como do Projeto UniTwin da Unesco (Unesp). Entre os prêmios que ganhou estão o Abril de Jornalismo, o Ethos de Jornalismo Ambiental e o Citi Journalistic Excellence Award. Integra os programas do pós-graduação PPGCOM (Comunicação) e PGEHA (Interunidades em Estética e Historia da Arte

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Publicado

14.06.2022

Como Citar

SOARES GALLO, J.; ROMANINI, A. V. Direitos humanos para humanos direitos: como um conceito distorcido de Direitos Humanos se dissemina como meme. Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos, Bauru, v. 10, n. 1, p. 255–271, 2022. DOI: 10.5016/ridh.v10i1.87. Disponível em: https://www2.faac.unesp.br/ridh3/index.php/ridh/article/view/87. Acesso em: 26 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos