O PAPEL DA MEMÓRIA COLETIVA NA SOCIEDADE BRASILEIRA: 1964 e os Impactos da Ascensão do Negacionismo Histórico na Educação Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5016/ridh.v12i01.295Palavras-chave:
Ditadura civil-militar, Memória coletiva, Educação, Negacionismo hist´óricoResumo
Este artigo pretende abordar e analisar a influência da memória coletiva e do negacionismo na educação, com foco no contexto do golpe de 1964 e da ditadura civil-militar (1964-1985). A discussão está centrada em compreender como o negacionismo histórico, que busca distorcer ou negar eventos históricos traumáticos, afeta a construção da memória coletiva e os debates educacionais sobre esse período conturbado da história brasileira, tendo em vista que a educação é um espaço crucial para a transmissão da memória coletiva e a reflexão crítica sobre acontecimentos históricos. Baseando-se na análise de trabalhos que exploram a ascensão do discurso negacionista no Brasil, os seus impactos na educação brasileira e a partir de um referencial teórico que inclui autores como Halbwachs (1990), Ricoeur (2007) e Pollak (1992, 1989), o estudo analisará como a memória coletiva se constrói e se transforma ao longo do tempo, e como o negacionismo histórico busca reinterpretar e negar o passado, com graves consequências para a formação de cidadãos críticos e conscientes, tendo em vista a forma com que as lembranças individuais se entrelaçam com as experiências compartilhadas por um grupo social, moldando a percepção coletiva do passado.
Downloads
Referências
ALMADA, Pablo Emanuel Romero. A memória e o negacionismo: Considerações sobre a pesquisa em sociologia histórica. Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 28, n. esp.1, p. e023009, 2023. DOI:10.52780/res.v28iesp.1.16110. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/estudos/article/view/16110. Acesso em: 23 abr. 2024.
BAUER, Caroline Silveira. Como será o passado?: história, historiadores e a comissão nacional da verdade. Jundiaí: Paco, 2017.
BAUER, Caroline Silveira. Quanta verdade o Brasil suportará? Uma análise das políticas de memória e de reparação implementadas no Brasil em relação à ditadura civil-militar. Revista Dimensões, Vitória, v. 32, 2014, p.148-169.
BEZERRA, Ellen Natucha Pedroza. Os embates em torno da memória das ditaduras militares no Brasil e na Argentina. In: MENESES, Sônia (org.). História, memória e direitos. São Paulo: Letra e Voz, 2019, p. 153-164.
CARVALHO, Alessandra. O ensino da ditadura civil-militar no tempo presente pelo olhar dos professores mestres do ProfHistória. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 13, n. 33, e0103, maio/ago. 2021. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5965/2175180313332021e0103. Acesso em: 23 abr. 2024.
CERRI, Luis Fernando. Ensino de história e consciência histórica. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011.
FARIAS, José Aírton de; OLIVEIRA, Danielle Rodrigues de. Ensino de ditadura civil-militar em tempos de “Escola Sem Partido”. Revista Eletrônica de Educação, [S. l.], v. 14, p. e2712020, 2020. DOI: 10.14244/198271992712. Disponível em:https://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/2712. Acesso em: 22 abr. 2024.
FERNANDES, Gabriel Dias. Ditadura Militar em Tempos Negacionistas: uma análise do tema em livros didáticos. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Faculdade de História (FH), Programa de Pós-graduação em Ensino de História, Goiânia, 2022.
FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Revista Brasileira De História,24(47), 29-60, 2004. Disponível em:https://www.scielo.br/j/rbh/a/NCQ3t3hRjQdmgtJvSjLYMLN/. Acesso em: 22 abr. 2024.
GANDRA, Edgar Avila; JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega. O negacionismo renovado e o ofício do historiador. Estudos Ibero-Americanos, Porto Alegre, v. 46, n. 3, p. 1-17, set./dez. 2020. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/iberoamericana/article/view/38411. Acesso em: 22 abr. 2024.
HALBWACHS, M. A Memória Coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
KALLÁS, Ana Lima. O debate público de professores historiadores acerca da ditadura pós-1964 no Brasil: ensino de história, memória e usos públicos da história recente (1985 -2015). 361 f. 2020. Tese (Doutorado em História) – Instituto de História, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2020.
JELIN, Elizabeth. Los trabajos de la memoria. Colección Memorias de la represión. Madrid: Siglo veintiuno de España editores, s.a., 2002.
NAPOLITANO, Marcos. Desafios para a história nas encruzilhadas da memória: entre traumas e tabus. História: Questões & Debates, Curitiba, v. 68, n. 01, p. 18- 56, jan./jun. 2020.
NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Novos combates pela História: desafios, ensino. São Paulo: Contexto, 2021. p. 85-114.
OLIVEIRA, Hélio. O ‘gabinete das sombras’ e a ascensão do discurso negacionista no brasil. Cadernos De Linguística, São Cristóvão-SE, 2(4), e427, 2021. Disponível em: https://scholar.google.com. br/citations view_op=view_citation&hl=pt-BR&user=GRtWa-QAAAAJ&citation_for_view=GRtWaQAAAAJ:NMxIlDl6LWMC. Acesso em: 22 abr. 2024.
PEREIRA, Mateus Henrique de Faria. Nova direita? guerras de memória em tempos de comissão da verdade (2012-2014). Varia Historia, Belo Horizonte, 31(57), 863-902, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/vh/a/NcJrcx93VSTVnnQnHVGXLYf/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 22 abr. 2024.
POLLAK, M. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15,1989. Disponível em: https://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdf. Acesso em: 26 mar 2024.
POLLAK, M. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-212, 1992. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/1941. Acesso em: 26 março 2024.
QUINAN, Licia Gomes. As memórias dos jovens sobre a ditadura civil-militar e a função social do historiador/professor. 84 f. 2016. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de História) – Instituto de História, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016
RAGGIO, Sandra. Transmisión de la memoria: la experiencia en el encuentro com Otros. El largo proceso de institucionalización de la memoria en la escuela. Aletheia, La Plata, v. 7, n. 14, p. 1-12,abril 2017. Disponível em: http://aletheiaold.fahce.unlp.edu.ar/numeros/numero14/pdfs/Raggio-OK.pdf. Acesso em: 26 março 2024.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2007.
SANTOS, Herbert Alexandre Vieira dos. A disputa pela memória histórica em sala de aula sobre a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985): os impactos dos revisionismos e negacionismos históricos na educação escolar (ensino médio público do RN, 2020-2022). 145f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de História - Profhistoria) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.
SEABRA, S. Da guerra de memórias: antigos problemas e novas leituras. Revista Eco-Pós, [S. l.], Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 437–458, 2022. DOI: 10.29146/ecops.v25i1.27711. Disponível em: https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/27711. Acesso em: 23 abr. 2024.
SILVA, Luiz Gabriel da. Repressão e resistência na ditadura civil-militar: construção de site temático para o ensino de história local (Curitiba – PR). 151 f. 2018. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de História) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Maria Ribeiro do Valle, Danielle Barreto Lima
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.