O PAPEL DA MEMÓRIA COLETIVA NA SOCIEDADE BRASILEIRA: 1964 e os Impactos da Ascensão do Negacionismo Histórico na Educação Brasileira

Autores

  • Maria Ribeiro do Valle UNESP
  • Danielle Barreto Lima UNESP

DOI:

https://doi.org/10.5016/ridh.v12i01.295

Palavras-chave:

Ditadura civil-militar, Memória coletiva, Educação, Negacionismo hist´órico

Resumo

Este artigo pretende abordar e analisar a influência da memória coletiva e do negacionismo na educação, com foco no contexto do golpe de 1964 e da ditadura civil-militar (1964-1985). A discussão está centrada em compreender como o negacionismo histórico, que busca distorcer ou negar eventos históricos traumáticos, afeta a construção da memória coletiva e os debates educacionais sobre esse período conturbado da história brasileira, tendo em vista que a educação é um espaço crucial para a transmissão da memória coletiva e a reflexão crítica sobre acontecimentos históricos. Baseando-se na análise de trabalhos que exploram a ascensão do discurso negacionista no Brasil, os seus impactos na educação brasileira e a partir de um referencial teórico que inclui autores como Halbwachs (1990), Ricoeur (2007) e Pollak (1992, 1989), o estudo analisará como a memória coletiva se constrói e se transforma ao longo do tempo, e como o negacionismo histórico busca reinterpretar e negar o passado, com graves consequências para a formação de cidadãos críticos e conscientes, tendo em vista a forma com que as lembranças individuais se entrelaçam com as experiências compartilhadas por um grupo social, moldando a percepção coletiva do passado.

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Publicado

01.07.2024

Como Citar

VALLE, M. R. do; LIMA, D. B. O PAPEL DA MEMÓRIA COLETIVA NA SOCIEDADE BRASILEIRA: 1964 e os Impactos da Ascensão do Negacionismo Histórico na Educação Brasileira. Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos, Bauru, v. 12, n. 01, p. 131–144, 2024. DOI: 10.5016/ridh.v12i01.295. Disponível em: https://www2.faac.unesp.br/ridh3/index.php/ridh/article/view/295. Acesso em: 4 jul. 2024.

Edição

Seção

Dossiê