Violência policial, racismo e autodefesa

Autores

  • Dimitri Acioly Universidade Federal de Pernambuco
  • Sandro Sayão Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.5016/ridh.v11i2.255

Palavras-chave:

Violência, Racismo Estrutural, Polícia, Teoria Crítica

Resumo

A brutalidade da polícia contra negros, sem resposta adequada pela justiça, expressa o racismo estrutural no Brasil. O corpo negro aparece na esfera pública como fonte de violência, raramente objeto de cuidado. A legítima defesa tem sido historicamente negada a essas pessoas. O artigo problematiza a relutância do sistema jurídico brasileiro em lhes reconhecer cidadania e aponta estratégias mobilizadas para transformar o cenário. O trabalho se vale da teoria crítica e análise do podcast “Justiça em Preto e Branco”. Conclui-se que a criminalização do jovem negro é um dispositivo central para a produção do que Judith Butler conceitua como olhar racialmente saturado sobre a violência e que a elaboração de sua cidadania passa por disputas na esfera pública, representação adequada e educação policial.

 

Violencia policial, racismo y autodefensa

Resumen: La brutalidad policial contra los negros sin una respuesta adecuada de la justicia expresa el racismo estructural en Brasil. El cuerpo negro aparece en la esfera pública como fuente de violencia, rara vez como objeto de cuidado. Históricamente a estas personas se les ha negado la legítima defensa. El artículo problematiza la renuencia del sistema de justicia brasileño a reconocer su ciudadanía y señala estrategias movilizadas para transformar el escenario. El trabajo utiliza teoría crítica y análisis del podcast “Justiça em Preto e Branco”. Se concluye que la criminalización de los jóvenes negros es un dispositivo central para la producción de lo que Judith Butler conceptualiza como de una visión racialmente saturada sobre la violencia y que el desarrollo de su ciudadanía involucra disputas en la esfera pública, representación adecuada y educación policial.

Palabras clave: Violencia policial. Racismo estructural.  La teoría crítica. 

 

Police violence, racism and self-defense

Abstract: Police brutality against black people without adequate response by justice expresses structural racism in Brazil. The black body appears in the public sphere as a source of violence, rarely as an object of care. Legitimate defense has historically been denied to Black people. The article problematizes the system’s reluctance to recognize their citizenship and points out strategies mobilized to transform the scenario. The work draws on the critical theory and analysis of the podcast “Justiça em Preto e Branco”. It is concluded that the criminalization of young black people is a central device for the racial saturation of the visible as conceptualized by Judith Butler and that the elaboration of their citizenship involves disputes in the public sphere, adequate representation and police education.

Keywords: Police violence. Structural racismo. Critical theory.

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Biografia do Autor

Dimitri Acioly, Universidade Federal de Pernambuco

Graduado em Jornalismo e Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, mestre em Direitos Humanos e atualmente cursa Doutorado em Direito, pela mesma instituição de ensino. Professor da Faculdade Santa Helena no curso de Direito.

Sandro Sayão, Universidade Federal de Pernambuco

Doutor em Filosofia e Pós-Doutor em Filosofia Contemporânea pela Université Paris X. Atualmente é professor Associado II do Departamento de Filosofia e atua nos programas de pós-graduação strictu senso em Filosofia e em Direitos Humanos da UFPE; é também Coordenador do Curso de Especialização em Direitos Humanos/UFPE, Coordenador Setorial de Extensão do CFCH e Coordenador do Grupo VIRTUS: Defesa Social, Segurança Pública e Direitos Humanos da UFPE.

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Publicado

04.12.2023

Como Citar

ACIOLY, D. A. B.; COZZA SAYÃO, S. Violência policial, racismo e autodefesa. Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos, Bauru, v. 11, n. 2, p. 143–163, 2023. DOI: 10.5016/ridh.v11i2.255. Disponível em: https://www2.faac.unesp.br/ridh3/index.php/ridh/article/view/255. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos