Crianças e adolescentes em situação de rua
relações entre a rua, o trabalho e a escola
DOI:
https://doi.org/10.5016/ridh.v10i1.128Palavras-chave:
crianças e adolescentes em situação de rua, Educação social, Educação escolar, Táticas de sobrevivência nas ruasResumo
Resumo: O aumento considerável do número de crianças e adolescentes em situação de pobreza no Brasil que necessitam de ações de defesa e garantia de direitos é notório. Entre essas, destacam-se as que estão em situação de rua e que utilizam os espaços públicos urbanos para desenvolver táticas de sobrevivência. Para elas, a rua se torna um local de dinâmicas variadas, de sobrevivência individual e coletiva, de sociabilidade, de prática de atividades lícitas ou ilícitas e até de moradia. Tal realidade traz à tona questões sobre os aspectos positivos da rua que minimizam as situações de pobreza e que a torna atraente e sedutora quando comparada à escola, família e programas de ação educativa complementar; o que pode provocar a ineficiência de muitas políticas públicas e projetos não governamentais que visam reduzir ou erradicar o problema. Nessa trilha, este artigo tem como objetivo refletir sobre o cotidiano das crianças e adolescentes em situação de rua, sobre as relações de sociabilidade estabelecidas com seus pares e sobre ações de inclusão na escola. Tal reflexão parte, principalmente dos estudos de Andrade (2019; 2021), Graciani (2005; 2014), Gregori (2000), Leite (2001) e Telles, (2006). Os estudos apontam que a mudança de cenário, em que as crianças e adolescentes deixam as ruas, retornam ao convívio familiar e são inseridas na escola, deve considerar diversos significantes e contextos que envolvem as causas e situações de pobreza. A escola, enquanto espaço de acolhimento e inclusão, deve estar pronta para lidar com as diferenças, com a diversidade, com as culturas e, principalmente, com os saberes que fazem parte da vida cotidiana das crianças e adolescentes que buscam a sobrevivência nas ruas. ]
Niños y adolescentes en situación de calle: relaciones entre la calle, el trabajo y la escuela
Resumen: Es notorio el aumento considerable del número de niños y adolescentes en situación de pobreza en Brasil que necesitan acciones para defender y garantizar sus derechos. Entre estos, destacan los que están en la calle y que utilizan los espacios públicos urbanos para desarrollar tácticas de supervivencia. Para ellos, la calle se convierte en un lugar de variadas dinámicas, de supervivencia individual y colectiva, de sociabilidad, de práctica de actividades lícitas o ilegales e incluso de vivienda. Esta realidad plantea interrogantes sobre los aspectos positivos de la calle que minimizan las situaciones de pobreza y que la hacen atractiva y seductora frente a la escuela, la familia y los programas educativos complementarios; lo que puede provocar la ineficiencia de muchas políticas públicas y proyectos no gubernamentales que pretenden reducir o erradicar el problema. En ese camino, este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre el cotidiano de los niños y adolescentes que viven en la calle, sobre las relaciones de sociabilidad que establecen con sus pares y sobre las acciones de inclusión en la escuela. Esta reflexión proviene principalmente de estudios de Andrade (2019; 2021), Graciani (2005; 2014), Gregori (2000), Leite (2001) y Telles, (2006). Los estudios indican que el cambio de escenario, en que los niños y adolescentes dejan las calles, regresan a la vida familiar y se insertan en la escuela, debe considerar varios significados y contextos que envuelven las causas y situaciones de pobreza. La escuela, como espacio acogedor e incluyente, debe estar preparada para hacer frente a las diferencias, a la diversidad, a las culturas y, sobre todo, a los saberes que forman parte del cotidiano de los niños, niñas y adolescentes que buscan la supervivencia en las calles.
Palabras clave: Niños y adolescentes de la calle. Educación Social. Enseñanza. Tácticas de supervivencia callejera.
Children and adolescents in street situation: relationships between street, work and school
Abstract: The considerable increase in the number of children and adolescents in poverty in Brazil who need actions to defend and guarantee their rights is notorious. Among these, those who are on the streets and who use urban public spaces to develop survival tactics stand out. For them, the street becomes a place of varied dynamics, of individual and collective survival, of sociability, of practice of legal or illegal activities and even of housing. This reality raises questions about the positive aspects of the street that minimize situations of poverty and that make it attractive and seductive when compared to school, family and complementary educational programs; which can cause the inefficiency of many public policies and non-governmental projects that aim to reduce or eradicate the problem. Along this path, this article aims to reflect on the daily lives of children and adolescents living on the streets, on the sociability relationships established with their peers and on inclusion actions at school. This reflection comes mainly from studies by Andrade (2019; 2021), Graciani (2005; 2014), Gregori (2000), Leite (2001) and Telles, (2006). Studies indicate that the change of scenario, in which children and adolescents leave the streets, return to family life and are inserted in school, must consider several meanings and contexts that involve the causes and situations of poverty. The school, as a welcoming and inclusive space, must be ready to deal with differences, with diversity, with cultures and, above all, with the knowledge that is part of the daily life of children and adolescents who seek survival on the streets.
Keywords: Street children and adolescents. Social education. Teaching. Street survival tactics.
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