Por meio do RPMaker, alunos de Relações Públicas desenvolveram ações, no Facebook e Instagram, voltadas a diversos segmentos econômicos e sociais
Estudantes de Relações Públicas da Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”) se empenharam em desenvolver ações que contribuam para minimizar problemas sociais e econômicos causados pela pandemia. Para tanto, foram desafiados a desenvolver e executar um plano de ação em mídia social digital. O projeto, intitulado RPMaker, é desenvolvido no segundo ano com uma proposta pedagógica diferenciada: é multidisciplinar, traz ex-alunos e profissionais diversos para atuarem como mentores e tem uma perspectiva social, ao propor um problema concreto que os estudantes precisam ajudar a resolver.
Em 2020, foram criadas sete ações. Uma delas, intitulada Sangue Tipo Bom, teve como objetivo ajudar os hemocentros a aumentar os bancos de sangue, conscientizar pessoas sobre a importância da doação e democratizar a informação sobre o assunto por meio das mídias sociais. Outra ação, Se Cuida, visou acolher as mães durante o período de isolamento, promovendo bem estar por meio de conteúdos que estimulem a saúde física e mental. O Aconchega aí buscou trazer uma experiência de aproximação, acalento e aconchego para jovens universitários que estão lidando com os desafios do ensino a distância. Já o projeto Styles teve como proposta trazer visibilidade para a comunidade Vila da Paz, no ABC paulista, e mostrar a realidade e as dificuldades que os moradores enfrentam, através do projeto Favelando.
Outras ações foram voltadas a segmentos econômicos que, de alguma forma, foram precarizados com a pandemia. É o caso do Hora da Xepa, cujo objetivo foi criar uma comunidade online, onde as pessoas que se interessam por feiras livres puderam trocar conhecimentos, curiosidades e interagir entre si. O Oishii Izakaya foi destinado aos restaurantes que precisaram se reinventar nesse período de pandemia, oferecendo formas de comunicação digital e dicas de relacionamento com os clientes nas redes sociais. O projeto Lótus visou ajudar floriculturistas a aperfeiçoarem suas redes sociais e venderem mais por esses meios.
Para a professora Maria Eugênia Porém, coordenadora do RPMaker, o projeto, em 2020 na sua 3ª edição, acumula experiências pedagógicas interessantes. “Neste ano, em específico, com o desafio de adaptá-lo para o formato remoto e totalmente digital, além de termos que lidar com todo o contexto da pandemia, temos um desafio didático ainda maior. Entretanto, o acompanhamento dos estudantes tem nos fortalecido. É possível destacar seu protagonismo e engajamento coletivo em cada ação planejada”, comentou.
A professora Roseane Andrelo, que também participa do projeto, lembrou que o RPMaker vai ao encontro do papel das universidades públicas, ao trazer inovação ao ensino e ao dar uma devolutiva à sociedade. “Por meio de mídias sociais digitais, os estudantes conseguiram ter diálogos e relacionamentos com diversos públicos e, neste projeto, isso se deu por meio de conteúdo relevante”, diz. Como resultados, as mídias criadas contabilizaram diversos seguidores e algumas campanhas, como a de doação de sangue, amplamente compartilhadas.
A relações públicas Mariany Granato, doutoranda em Mídia e Tecnologia, fez estágio docência na disciplina Laboratório de Relações Públicas II e, por isso, atuou no projeto RPMaker, sobretudo dando mentorias, uma vez que tem ampla experiência em marketing digital. “Participar do RPMaker 2020 com a abordagem urgente e importante de levar informação a setores ou pessoas afetadas pela pandemia do Covid-19, por meio de técnicas e práticas de relações públicas, foi desafiador e enriquecedor. Observar o aprendizado e produção dos alunos, que também passam pelos desafios de adaptação ao modelo de educação, foi ter a certeza de que trabalhamos na formação de profissionais responsáveis socialmente”, acrescentou.