Compromisso e responsabilidade social são valores do curso que busca formar
profissionais críticos e engajados
O curso de Relações Públicas da Unesp, o famoso “Érrepê”, completa 40 anos e esse tempo carrega muita experiência, aprendizado e histórias que refletem na cultura dessa graduação e na formação dos alunos. Com docentes especializados em diferentes áreas da comunicação, os objetivos do curso vão além de questões técnicas para formar profissionais com responsabilidade social.
O curso de Relações Públicas surgiu como Comunicação Polivalente em 1974, oferecido pela Fundação Educacional de Bauru. Em 1981 o nome passou a ser Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, vinculado à Unesp em 1988, integrando-se à FAAC (Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design). Com uma nova atualização, em 2020, a graduação denominou-se apenas Relações Públicas.
Maximiliano Martin Vicente, docente no curso de RP desde o seu início, vivenciou a transição da graduação da então Faculdade Municipal de Bauru para a Unesp. O docente “Max”, como é conhecido pelos alunos, destacou que procurou ressignificar paradigmas sobre a profissão de RP no Brasil do período de transição da ditadura para a democratização. Para esse docente, foi importante evidenciar que a mobilização social fazia parte da profissão. “A questão que enfatizo muito é a questão ética, que é um componente essencial na redução de conflitos […] RP envolve uma problemática e um confronto social, então sempre me posicionei e direcionei o ensino para este lado social” diz o professor.
A história do curso de Relações Públicas contribuiu com quem passou pela graduação, principalmente no aspecto social e humano. O compromisso social no ensino é o diferencial da Unesp, segundo a professora Raquel Cabral, que foi aluna do curso. Para ela, formar profissionais competentes vai além das habilidades técnicas: “Quando a gente tem a oportunidade de formar pensadores críticos engajados com esse compromisso social, acho que a gente contribui para mudar as coisas […] e é importante pensar o que vamos fazer hoje para continuar nessa formação crítica, uma formação que rompe com a lógica extremista, focando no presente e olhando para o futuro”.
Raquel Cabral: de aluna a docente do curso
A professora doutora Raquel Cabral da FAAC da Unesp de Bauru tornou-se docente do mesmo curso em que se formou há 18 anos. Hoje coordena o curso de Relações Públicas que celebrará 40 anos em 2022. A pesquisadora entrou no curso em 2000 pelo vestibular da UNESP. Em 2005, na mesma instituição, se titulou Mestre em Comunicação Midiática. Em 2008, ingressou no mestrado e doutorado na Universit Jaume I, na Espanha, com a ajuda de seu orientador, Prof. Max, tornando-se doutora em 2012.
Foi também em 2012 que a trajetória dela voltou para seu lugar de início, agora como professora no curso em que se formou. Maximiliano Vicente, professor de Raquel durante a graduação e seu orientador, afirmou que “a turma dela [Raquel] era diferenciada, ficavam até após a aula acabar para debater sobre assuntos sociais”.