Quando exercer a liberdade de expressão pode provocar a morte


‖ ‖ ‖ Rebeca de Souza Almeida ‖ ‖ ‖ 

 

O exercício jornalístico deve servir ao interesse público, atendendo aos direitos estabelecidos em uma sociedade democrática, como cidadania, liberdade de expressão e o direito à informação. Ameaças, violência, coação e intimidação colocam esses direitos em risco.

Relatório da organização Artigo 19 examina 22 casos de jornalistas assassinados entre 2012 e 2016, no contexto de sua profissão.

A morte de jornalistas é uma expressa queima de arquivo. A expectativa de punição aos criminosos diminui conforme as investigações se tornam difíceis por conta da articulação dos crimes.

As cidades pequenas são o local de mais perigo. São cidades com poucos veículos de informação, em que os profissionais mantêm blogs e rádios. O assunto que causa desconforto nos políticos e impulsiona o crime chega com facilidade ao público, e a execução é facilitada pela proximidade.

Além disso, com a popularização da internet e avanço da internet móvel, a interação faz com o que o público esteja próximo do jornalista e o apoie nas denúncias, o que faz que o jornalista encontre os motivos para permanecer em seu trabalho de cão de guarda.

As vítimas produziam informações de interesse público para regiões que não se veem refletidas nas mídias estaduais e nacionais de mais alcance. “Em pequenas cidades, onde a televisão é incapaz de refletir os problemas e as notícias locais, onde as revistas raramente são investigativas e os grandes jornais são escassos, são nos jornais locais e no rádio que reside grande parte da audiência”, segundo o relatório.