Expansão da China favorece Brasil, segundo Veja


‖ ‖ ‖ André Luiz Demes, Alexandre Lopes e Jéssica de Cássia Rossi ‖ ‖ ‖


A partir do momento em que a economia se torna globalizada, as preocupações financeiras da maioria dos países seguem a mesma direção. Qualquer retração ou crise econômica, em qualquer canto do mundo, é motivo de atenção por todas as nações, pois os prejuízos financeiros causados podem trazer reflexos para a maioria das economias nacionais. Esse é o cenário de dependência econômica que vivemos na atualidade e no qual a crise econômica vivida pela Europa e a baixa recuperação econômica americana provocam reflexos que podem ser sentidos no mundo inteiro. Até mesmo quando se trata da gigante economia chinesa.

O “dragão chinês” está sofrendo as consequências dos problemas financeiros que estão ocorrendo em outras partes do mundo. Tal situação tem gerado reflexos também na economia brasileira, a qual aumentou, exorbitantemente, suas exportações para a China na última década. Tendo isso em vista, a Revista Veja, do dia 20/06/2012, edição 2274, ano 45, nº 25, publicou uma matéria, na seção economia, denominada A queda no motor chinês, na página 90, assinada por Ana Luiza Daltro, em que aborda as consequências da retração do Produto Interno Bruto (PIB) da China para a economia brasileira.

Ana Luiza aponta os alegados benefícios que o crescimento chinês tem proporcionado ao nosso país nos últimos anos. Embora alguns setores econômicos brasileiros sejam prejudicados com a importação de produtos chineses baratos, segundo o texto, “a relação comercial entre os dois países tem sido favorável ao Brasil”. A China é o maior comprador de produtos brasileiros, por isso o desempenho econômico desse país tem que ser acompanhado com muita atenção. Nem nações como os Estados Unidos tem tanta importância para os negócios brasileiros, como ocorria no passado. Segundo a matéria em questão, a China está no foco da atenção brasileira.

Ana Luiza explica que há fatores externos e internos que “desaceleraram o motor chinês”. Os fatores externos, os quais já seriam conhecidos por todos, são a crise econômica da Europa e o crescimento baixo da economia americana. Já os fatores internos nos trazem situações novas que apontam certa mudança estrutural na China. Trata-se “da elevação no custo da mão de obra” e da redução de estímulos governamentais “para a construção de prédios comerciais”. Essas explicações nos surpreendem porque a China tem a “fama mundial” de pagar salários miseráveis aos seus trabalhadores e de investir milhões no setor da construção civil. Será que o “dragão chinês” está tentando mudar sua imagem?

Outro fator na matéria da Revista Veja que nos leva a observar uma mudança no posicionamento chinês é quando a jornalista diz que a meta dos dirigentes do Partido Comunista é “incentivar a melhora do bem estar da população”, ao estimulá-la a consumir mais alimentos como proteínas e ao adquirir mais eletrodomésticos. Isso é uma miragem ou realmente está ocorrendo? É uma pergunta para a qual a resposta somente será dada com o decorrer do tempo.

O que podemos sugerir, segundo a visão da revista Veja, é que o estímulo à alimentação tem favorecido a venda de commodities agrícolas brasileiras como a soja e o frango. Esses setores têm comemorado a manutenção ou o aumento das vendas para os chineses. Isso nos leva a crer que o Brasil continuará se beneficiando do crescimento chinês. Tal vantagem pode estar ocorrendo pelo fato de a economia brasileira, ainda que a passos tímidos, estar se diversificando. Tanto a mudança de posicionamento da China como a possibilidade de diversificação da economia brasileira são situações de adaptação que a economia globalizada mundial nos impõe, já que todos nós estamos seguindo o mesmo rumo.