Estudos revelam tendências da publicidade


‖ ‖ ‖ Gabriela Ramos Teixeira ‖ ‖ ‖

 

Quem nunca pensou sobre a real eficácia das propagandas nas plataformas de comunicação que utilizamos diariamente? A pesquisa Internet Trends 2016 – Code References e as reportagens do European Journalism Observatory (EJO) intituladas 12 Key Findings From The Digital News Report 2016 e O fim da publicidade como a conhecemos explicam bem a correlação entre os diferentes usos das plataformas, as formas de comunicação entre usuários e o impacto que ambos possuem sobre a publicidade na atualidade.

Sabe-se que a mídia impressa e a publicidade sempre foram grandes aliados e que houve uma tentativa de manter esse vínculo também nas mídias online. Porém, publicitários e jornalistas não contavam com o avanço das plataformas online e o aumento do número de usuários. Observa-se uma tendência de diminuição no interesse por plataformas de caráter majoritário de distribuição e um aumento na utilização de plataformas de comunicação. Assim, percebe-se que o acesso a portais de notícia diminuiu e aumentou o acesso a redes sociais, como Facebook, estimando-se que cerca de 51% dos usuários as utilizam como fonte de notícias semanalmente.

Constantemente, o usuário prefere ter contato direto com outros utilizadores das redes sociais, preferindo ferramentas como Messenger ou Snapchat. Os usuários querem cada vez menos publicidade e, cada vez mais, estabelecer conversas com amigos, possuindo controle sobre o que será exposto na tela. As ferramentas possibilitam um filtro maior sobre aquilo que o usuário vê, reproduz e acessa, pois para que determinado assunto surja em um chat, é necessário que alguma das partes da comunicação o mencione. Pode-se citar, também, a tecnologia dos ad blockers, ferramentas que bloqueiam propagandas nas redes e nos contextos em que os usuários não as desejam.

Essas tendências têm como consequência o estabelecimento de um relacionamento direto entre as marcas e seus consumidores nas plataformas de comunicação, e não somente nas de distribuição.

De certo modo, os efeitos dessas tendências podem ser considerados uma ameaça para a publicidade, pois emerge a seguinte questão para os publicitários: como tornar o marketing “relacional” e estabelecer relacionamentos utilizando as plataformas de comunicação, ao invés de simplesmente trocar informação? A resposta a essa questão pode mudar o caráter da área da publicidade.