O desempenho das redes móveis e as perspectivas futuras


‖ ‖ ‖ Elaine Cristina Gomes de Moraes ‖ ‖ ‖

 

Encontrar pessoas conectadas aos seus celulares se tornou cotidiano. Em locais públicos, assim como em instituições de ensino, espaços para lazer ou trabalho, lá estão inúmeras pessoas ao celular. Mas como está a qualidade das conexões? Em 2016, o Brasil irá sediar os Jogos Olímpicos. O país está preparado para suportar tantas conexões ao mesmo tempo? Essas e outras abordagens têm sido trazidas por algumas instituições, como o Grupo de Pesquisa em Telecomunicações sem fio (GTEL), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e a OpenSignal, que, a partir de um estudo, apresentou dados importantes sobre as condições das redes móveis no Brasil.

Os dados da pesquisa foram coletados no período de 1º de maio a 31 de julho de 2015, por meio do aplicativo gratuito Opensignal, que pode ser instalado em qualquer dispositivo iOS ou Android gratuitamente. O aplicativo tem diversas funcionalidades, como ajudar a melhorar o sinal do celular, localizar redes de wi-fi públicas e torres de celular mais próximas por meio de uma bússola que orienta a direção, testar a velocidade da conexão, monitorar o uso do plano de dados e apresentar um mapa de cobertura da rede. O aplicativo coleta dados da experiência dos usuários. A empresa enfatiza, no entanto, que leva a sério a privacidade, uma vez que seu interesse recai apenas sobre o desempenho das redes.

Resultados

De acordo com os dados da OpenSignal, a Claro ultrapassou seus concorrentes, tendo obtido resultados positivos no ranking de quatro categorias de mensuração: velocidade 3G e 4G, cobertura e disponibilidade geral da rede. A empresa apresentou velocidade média de 17,82 Mbps, seguida da Vivo, com 16,18 Mbps. Nenhuma das operadoras apresentou, em média, velocidade de download inferior a 10 Mbps. Na cobertura global, a Claro e a Oi empataram com melhor desempenho, tendo registrado 2,35% do tempo sem sinal, contra 2,86% da Tim.

Segundo o estudo, até 2013, o principal programa de LTE (Long Term Evolution, a tecnologia de quarta geração, a 4G), ainda não tinha alavancado, mas houve um progresso considerável nos dois anos subsequentes.  A velocidade 4G superou bem a média global de 11.7 Mpbs e, durante os dois meses do estudo, o desempenho da LTE melhorou consideravelmente nas redes de três das quatro maiores operadoras. Vale lembrar, ainda de acordo com as análises, que neste momento, o serviço LTE do Brasil não está congestionado, mas à medida que as operadoras venderem mais assinaturas 4G e suas redes ficarem mais congestionadas, tende-se a uma queda na velocidade. Na comparação global da cobertura LTE, o Brasil ficou em 50º lugar, dividindo a posição com a Índia e o Reino Unido.

Enquanto isso, já se fala em testes da tecnologia 5G no Brasil a partir de 2016. De acordo com a revista Época, foi firmada uma parceria entre a Ericsson e a América Móvil com três universidades brasileiras: a UFC, a USP e a Unicamp. Na UFC, por meio do GTEL, o objetivo é “aumentar a capacidade dos sistemas de comunicação móvel atuais e a aperfeiçoar o controle de qualidade de serviço em sistemas de quinta geração”. Em estudo realizado pela Universidade de Surrey, no Reino Unido, a velocidade chegou a um terabyte por segundo, o que significa mais de mil vezes mais rápida que o melhor desempenho da 4G. Eis o desafio para o Brasil. Por um lado, a próxima geração de conexão móvel começa a ser testada, enquanto os Jogos Olímpicos de 2016 irão receber milhares de pessoas que, conectadas, devem representar o melhor teste do desempenho das redes no país.