Amazônia Conectada é promessa de integração via internet


‖ ‖ ‖ Emanuelly Falqueto ‖ ‖ ‖

 

Com a promessa de expandir os serviços de telecomunicação da Amazônia, o programa Amazônia Conectada, coordenado pelo Ministério da Defesa, pretende fornecer conexão de internet banda larga a 3,8 milhões de pessoas em três anos.

A primeira fase foi inaugurada em julho de 2015. Os 10 km de cabos subfluviais interligam, por meio do leito do Rio Negro em Manaus, o 4º Centro de Telemática de Área à 4ª Divisão de Levantamento Geográfico. A meta é instalar 7,8 mil km destes cabos, usando os leitos dos rios, para fornecer, a 52 municípios do interior amazônico, infraestrutura de acesso à internet, o que traria o potencial de oferta de ensino a distância, inclusão digital de indígenas e populações ribeirinhas, auxílio à proteção das fronteiras e monitoramento do desmatamento.

O comandante Marcelo Nogueira, que esteve à frente do projeto, disse em uma entrevista que a construção da infovias acontecerá de maneira similar à instalação das fibras subaquáticas no oceano, sendo que em alguns momentos o cabo óptico subfluvial será enterrado no leito do rio e outras vezes será ancorado. Os cabos têm uma armação metálica que confere peso e os mantém submersos.

O Programa é gerido pelo Comando do Exército, Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, Ministério das Comunicações, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Telebrás. Também conta com a parceria da Rede Nacional de Pesquisa, Empresa de Processamento de Dados do Amazonas, Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas e Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas.

Desafios e cuidados

Apesar das promessas que o programa carrega, algumas questões devem ser colocadas, tendo em vista que podem se converter em vantagens para o desenvolvimento e integração da região amazônica, ou mesmo em desvantagens diante dos desafios orçamentários, climáticos e geográficos. Especialmente caso não sejam tomados os devidos cuidados com a preservação do meio ambiente.

Segundo laudo técnico realizado pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), entre as opções de realizar o programa por meio de satélite, fibra óptica terrestre, comunicação via rádio e fibra óptica subfluvial, a última é a alternativa com menor impacto ambiental, visto que “o Estado do Amazonas está inserido na maior bacia fluvial do mundo, denominada Bacia do Rio Amazonas, que abrange uma extensão de mais de 7 milhões de quilômetros quadrados”, segundo laudo técnico.

O documento alerta que, se houver utilização por via terrestre, será necessária a supressão vegetal e intervenção em áreas protegidas como unidades de conservação, terras indígenas e sítios arqueológicos.