Brasil é segundo país com mais ações contra Twitter


‖ ‖ ‖ Bruna Giorgi ‖ ‖ ‖ 

 

O Twitter se transformou em uma plataforma importante para a comunicação política no período eleitoral. Além disso, muitos fatos iniciados e repercutidos pela mídia social se transformaram em notícias de destaques nos maiores meios jornalísticos, como no caso brasileiro da tentativa de pacificação do morro do Alemão, no Rio de Janeiro, com a cobertura da Voz da Comunidade

Da mesma forma como o Ibope Twitter TV Ratings rastreia os assuntos da televisão mais comentados na rede, governos e candidaturas em períodos eleitorais também passaram a observar com mais cuidado os posts de 140 caracteres. Os dados são usados para avaliar a popularidade das ações de governo e como a sociedade reage a elas. Em muitos casos, a resposta vem na forma de uma ação judicial exigindo a remoção de conteúdo.

Em fevereiro de 2015, o Twitter divulgou o sexto relatório de solicitações de remoção de conteúdo por país, que cobre o segundo semestre de 2014. Houve um aumento significativo de requerimentos, 84% a mais que o semestre passado do mesmo ano, impactando 348% mais contas que o período anterior.

O relatório se divide em solicitações de remoção por decisões judiciais e por pedido de governo, polícia ou outro órgão vinculado à administração pública. No total, a maioria das solicitações veio da Turquia (477), seguida por Rússia (91) e Alemanha (43), resultando na retenção de 79 contas e 1835 tweets.

O Brasil é o segundo país com 27 decisões judiciais cumpridas, atrás apenas da Turquia (com 328 determinações). Em terceiro, estão os Estados Unidos (com 6 ordens judiciais). Das 27 ações no Brasil, 18 são provenientes de candidaturas eleitorais.

Na Turquia, o Twitter recebeu 328 ordens judiciais e 149 pedidos de agências governamentais para remover conteúdos, baseados em alegações de violações dos direitos pessoais e difamação de cidadãos privados e/ou funcionários do governo.

O documento aponta que duas contas e 80 tweets foram considerados violação da lei eleitoral.

Os dados mostram a potencial influência das redes sociais sobre o voto. Os candidatos entenderam esse poder e prestaram atenção em ataques dos oponentes, visando se proteger e manter ou criar popularidade nas mídias.

Outros países da América Latina que figuram no relatório, como Argentina, Colômbia, Equador e México apresentaram baixos índices, talvez porque a rede social não tenha tanta adesão nesses países.

As redes sociais podem reduzir a influência dos veículos jornalísticos tradicionais. O relatório indica que a política está atenta ao fenômeno. Para os candidatos a cargos públicos, elas são um canal para se aproximar dos eleitores, com escassa regulação.