‖ ‖ ‖ Elaine Moraes ‖ ‖ ‖
Criado em maio, o site colaborativo Faltou água mapeia as localidades que mais sofrem com a crise hídrica da região metropolitana de São Paulo. Em meio à falta de água e ausência de informações mais concretas por parte do governo do Estado, a plataforma permite identificar os locais prejudicados pela falta de abastecimento e sua frequência. A iniciativa fortalece a pressão sobre o governo para exigir soluções.
A utilização do site é simples. Ao acessá-lo, o internauta digita o endereço de seu local de moradia ou trabalho e seleciona a frequência com que a falta de água acontece: nos últimos meses, quase todo dia; nos últimos meses, algumas vezes; e, este ano, algumas vezes. Em seguida, o mapa é atualizado com a localidade inserida. Ao clicar sobre os pontos no mapa, pode-se verificar quais os locais e a frequência do corte no abastecimento.
O site, com o propósito de prestar um serviço de utilidade pública, permite também a interação entre os internautas. No espaço “Conte como foi”, as pessoas podem comentar suas experiências com a falta de água. Das postagens, a mais curtida e comentada refere-se à frequência da falta de água: “Quase todos os dias não, falta todos os dias”.
Nas redes sociais, os internautas também podem participar. Facebook e Twitter podem ser seguidos pela hashtag faltou água. No Facebook, encontram-se notícias divulgadas pela imprensa sobre o tema, comentários de seguidores e uma entrevista com o provável criador do site.
Sobre o responsável pela criação da plataforma, não se pode afirmar sua identidade. Especula-se que se trata de um engenheiro, mas a autoria não pôde ser confirmada. As publicações na página do Facebook são identificadas apenas como “Faltou água”.
É expressivo o número de localidades identificadas no mapa prejudicadas pela crise do abastecimento na região metropolitana de São Paulo. Há marcas em praticamente todo o mapa. O espaço para comentários tem levado muitas pessoas a interagirem e trocarem informações sobre a crise de abastecimento. No entanto, não há como garantir a veracidade dos pontos no mapa, já que, para uma nova inserção, basta digitar o endereço e a frequência da falta de água, e o mapa já é atualizado.
Não se pode negar a relevância da iniciativa para se identificar os pontos críticos com a crise e o compartilhamento de informações entre os internautas que vivenciam o problema. No entanto, o site tornou-se, também, um espaço para campanha contra a reeleição do governador. Às vésperas da eleição, pôde-se observar o problema do abastecimento, relacionado à falta de planejamento do governo, o que não afetou a possibilidade de sua recondução.