‖ ‖ ‖ Cinthia Quadrado ‖ ‖ ‖
Em junho, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou dados sobre o desmatamento na Amazônia Legal brasileira. Segundo o Instituto, o desmatamento cresceu 358% em comparação com o período de 2013, isto é, passou de 184 km² para 843 km².O levantamento é paralelo ao documento oficial sobre a devastação na Amazônia Legal divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que detecta desmates em tempo real com a ajuda de satélites.
Apesar do bioma da Amazônia ocupar praticamente metade do território brasileiro (49,2%) e ter constantes perdas de cobertura florestal, o assunto vem sendo suprimido sem que ganhe a dimensão que corresponde à sua importância para o Brasil. Para relatar dados sobre o desmatamento, a organização Andi – Comunicação e Direitos, em parceria com a Aliança pelo Clima e Uso da Terra (Clua), lançou no início de julho na internet um guia com orientações para contribuir com a cobertura da mídia sobre o assunto.
O material foi produzido a partir de documentos oficiais e publicações de instituições públicas e não-governamentais. No site, é possível encontrar análises da cobertura da imprensa brasileira e internacional, sugestões de pautas, entrevistas e contatos de fontes de informação.
Desde 2011, o projeto tem ligação com uma série de atividades realizadas pela Andi com o apoio da Clua. Assim, em suas diversas etapas de estruturação e desenvolvimento de ações, leva em consideração a função que o jornalismo desempenha nos regimes democráticos: disponibilizar informação confiável e contextualizada, ser pluralista na construção da agenda de debates e investigar a atuação do Estado e as políticas públicas.
Para a explicação sobre temas mais densos, como o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) – que constitui a mais recente resposta do governo brasileiro ao desafio de controlar o corte ilegal de florestas decorrente da ocupação e exploração econômica da Amazônia Legal – são disponibilizados menus de acesso com seções explicativas. Por exemplo, no menu “Para entender melhor”, é possível encontrar conceitos essenciais e os planos estaduais e municipais.
O projeto planeja difundir informações exclusivas sobre como esses problemas integram a agenda dos candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais dentro do processo eleitoral de 2014. Para isso, serão realizadas entrevistas com repórteres que tenham feito investigações sobre o tema para saber mais informações sobre o processo de construção, desenvolvimento das pautas, assim como as dificuldades enfrentadas por eles.