A reforma do teatro e a cultura popular


‖ ‖ ‖ Helena Ometto ‖ ‖ ‖

 

O Teatro Municipal de São Paulo foi reaberto ao público após três anos em reforma.

Em 4 de maio, a editoria de cultura do Estadao.com divulgou uma notícia sobre o assunto.

A matéria está escrita em uma linguagem mais literária do que o convencional, justamente para se adequar à editoria, que é mais leve e poética que as demais.

Para ilustrar a trajetória da reforma, foram representados personagens que participaram do processo, como um funcionário antigo do teatro e um pedreiro da empresa responsável pelas melhorias.

Cada um contou suas experiências, mostrando partes diferentes do processo. Com isso a matéria conseguiu ter pluralidade de fontes e pontos de vista e ofereceu um panorama mais completo das etapas.

Mas faltaram informações oficiais e técnicas que esclarecessem ao leitor o que de fato foi mudado na estrutura do teatro nesses três anos.

A única fonte oficial que aparece na matéria está no último parágrafo, em uma citação rápida. São as arquitetas responsáveis pela obra.

Mas a fala refere-se exclusivamente à apresentação do novo espaço à imprensa e não ao que, de fato, foi modificado.

A idéia da matéria de apresentar personagens reais, que participaram da reforma, como fontes é ótima.

Apenas um ponto deve ser destacado: há a informação de que o pedreiro poderá assistir a um concerto no Teatro porque haverá uma sessão especial para os funcionários da obra. A interpretação possível é de que somente nesse dia ele terá essa oportunidade, já que normalmente os espetáculos são destinados a pessoas com maior poder aquisitivo.

Ou seja, o teatro foi reformado por mãos de gente simples, mas que saberiam apreciar a arte clássica. Mas, mesmo depois das mudanças na estrutura, eles continuarão de fora do público alvo das apresentações.