Helena Ometto

Parece que a tecnologia das telecomunicações passou à frente de Barack Obama. Pelo menos por uma noite. O presidente dos Estados Unidos havia marcado um pronunciamento oficial às 22h30, horário de Washington, para divulgar em rede mundial e em primeira mão a tática que culminou na captura e morte de Bin Laden.

Mas, antes mesmo de a imprensa chegar ao local para fazer a cobertura do pronunciamento, o Twitter já havia divulgado a informação para o mundo todo. O primeiro twitteiro a fazer a divulgação foi Keith Urbahn, ex-chefe de Gabinete do ex-secretário de Defesa Donald Rumsfeld. A partir de então não se falava em outra coisa no microblog. Bin Laden foi parar nos Trending Topics Brazil e World, que enumera os assuntos mais comentados do Brasil e do mundo.

Com o atraso do pronunciamento de Obama, os rumores só aumentaram e a cada segundo centenas de tweets foram colocados na rede com novas especulações sobre o assunto. Ou seja, todo o mundo sabia que algo havia acontecido com os Estados Unidos e Bin Laden, mas ninguém podia afirmar com certeza o quê.

Eis que depois de toda a especulação sobre assunto, Obama entrou em rede mundial (e até mesmo no plantão da Rede Globo) para falar, em um discurso que durou cerca de 10 minutos.

O engraçado é que, já no dia seguinte, as tags Obama, Bin Laden, terrorismo e todas as relacionadas a esse fato já haviam saído dos Trending Topics. A segunda-feira amanheceu com Justin Bieber, Restart, isso mesmo, Restart, e outros assuntos pop entre os mais comentados, ou seja, nada a ver com a seriedade da morte de Bin Laden.

Com as novas tecnologias de informação, as notícias estão mais passageiras do que nunca, ainda mais se considerarmos que algumas pessoas estão adquirindo o hábito de se informar principalmente pelo Twitter. Vale o alerta para os internautas de que o Twitter é uma fonte de assuntos e atualidades, mas não uma fonte jornalística com credibilidade, e, para os veículos de comunicação, de que atenção especial que deve ser dada a essa nova ferramenta.