Memórias de engajamento

Esta página web Memória das Águas exibe visões inspiradoras, forjadas na ação sustentada em benefício do interesse público pelos diversos atores sociais atuantes no Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (CBH-AT), uma esfera deliberativa da arquitetura da governança hídrica no Estado de São Paulo. São perspectivas amplas cultivadas por esses atores, que podem se tornar referência a quem já participa, busca participar ou simplesmente quer saber mais sobre como funciona um comitê de bacia hidrográfica, estrutura tão singular no sistema democrático brasileiro.

Registramos histórias e visões de atores sociais, provenientes de sua trajetória de atuação e de suas memórias de engajamento no comitê, de modo a criar um repositório digital que pode ser um recurso relevante para o fortalecimento da governança das águas.

O propósito de recuperar, reativar e circular digitalmente memórias, perspectivas e experiências da participação no comitê parte do pressuposto de que o acesso a conteúdo, histórias e relatos pode motivar o envolvimento e enriquecer a participação. 

A disponibilização de conteúdo relevante com reflexões sobre a atuação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê pode auxiliar a gestão tanto do próprio CBH-AT quanto de outros comitês em todo o Brasil, uma vez que contribui como inspiração para o enfrentamento de desafios compartilhados pelas quase 250 estruturas similares no país. 

O projeto foi desenvolvido com métodos de pesquisa que combinaram técnicas de entrevista advindas do jornalismo, memória e história social. Foram 45 integrantes e ex-integrantes do CBH-AT entrevistados e gravados em vídeo. Além disso, falas significativas foram selecionadas e editadas em vídeos temáticos, que mesclam as diversas visões em ricas articulações.

Todos os entrevistados responderam ao mesmo roteiro de perguntas, organizadas por eixos. Um deles buscou o resgate da memória organizacional. Como funcionam, internamente, esses órgãos? Como os interesses de diversos segmentos são colocados em discussão? O que pode ser melhorado? Questões como essas são descortinadas nas entrevistas. 

Outros eixos se relacionam às reflexões sobre os esforços de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas e à contribuição possível do comitê para ações de educação ambiental, vista como essencial para despertar a consciência ecológica.

Outro tema abordado nas entrevistas foi a contribuição que universidades podem dar aos comitês. Muitos membros consideram que elas deveriam ser mais ativas dentro do comitê, uma vez que o conhecimento técnico desenvolvido em pesquisas pode auxiliar também a tomada de decisão.

As memórias relatadas perpassam também a vida pessoal de cada integrante do comitê, que pode ter, por exemplo, sido afetado por escassez de água ou enchentes. Assim, a vivência com a água é uma dupla experiência para os membros. 

Dessa forma, o site contém um amplo recurso de referência e conhecimento acionável para os membros dos comitês de bacia, que foram possíveis de organizar por meio da valorização da memória e das histórias de dezenas de participantes. Confira esses relatos na seção entrevistas.