Cidadania hídrica

Esta página web Memória das Águas, desenvolvida por meio de pesquisa científica em comunicação sobre o Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, utiliza os meios digitais como instrumento para fortalecimento e desenvolvimento da cidadania hídrica digital e da consciência ecológica. Os conhecimentos aqui disponibilizados de maneira organizada representam potenciais ferramentas para atores sociais dedicados à gestão pública da água.

A participação cidadã é crucial dentro das sociedades democráticas. É comum que a cidadania só seja lembrada como uma prática durante as eleições, mas ela está muito além do momento do voto. Os cidadãos devem estar atentos às necessidades da sociedade em que se inserem, compartilhando visões e pautando-se por uma atitude democrática.

As formas de cidadania estão mudando com o avanço da tecnologia. Hoje, já é possível falar em democracia e cidadania digital, modelos que estão em construção no Brasil. Nesse cenário a participação se redefine, em adaptação aos novos formatos.

Mas como se aplica a cidadania digital? O conceito parte, primeiro, do pressuposto de que a internet é um espaço em que a democracia pode ser fortalecida. Ou seja, podemos manter contato com órgãos governamentais, obter informação sobre ações para a sociedade e nos organizarmos coletivamente.

Além disso, os meios digitais também podem ser plataformas para o exercício da prática cidadã, sendo a tecnologia uma aliada para cidadãos e governos. O potencial do projeto Memória das Águas tem seu pilar na utilidade da informação disponível aos fóruns de debate sobre as águas, representados pelos comitês.

Nesse sentido, questões que envolvem preservação ambiental e recursos hídricos podem ser pautadas dentro da cidadania digital. Isso porque a valorização e preservação de recursos naturais também é uma prática cidadã, e é fato que uma sociedade equilibrada deve viver em harmonia com a natureza, de onde provém um recurso necessário à vida humana: a água.

A cidadania hídrica digital pode estimular e reavivar a percepção sobre a necessidade de preservação dos recursos hídricos, reconhecimento dos direitos de acesso à água e de como a água é explorada em seus usos múltiplos.

O saber sobre gestão das águas pode ser usado como ferramenta para melhor adaptação em situações de crise. E o fortalecimento da cidadania hídrica digital por meio do compartilhamento de experiências pode auxiliar a gestão de riscos, por meio da identificação de situações que podem gerar crises e de sua posterior resolução. Isto se relaciona com a aprendizagem social: o compartilhamento de parâmetros sobre a melhor forma de gestão pública compreende a prática cidadã e permite uma gestão mais criteriosa. A sociedade pode desenvolver resiliência e ampliar o senso de colaboração social, uma vez que poderá se adaptar melhor a cenários de potenciais efeitos das mudanças climáticas. Nesse sentido, o compartilhamento de saberes sustenta a cidadania hídrica digital.