Vanessa Cristina Duarte Apolinário
Vanessa Cristina Duarte Apolinário possui graduação em Ciências Econômicas e mestrado em Economia. Atualmente é Coordenadora de Projetos no Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de Santana de Parnaíba e representou a prefeitura na plenária do comitê e no subcomitê Pinheiros-Pirapora. Para ela, os usuários utilizam a água com maior consciência após a crise hídrica de 2015, e isso ajudou cada um a perceber a importância da água, tanto no consumo doméstico quanto nos meios de produção. “Quando estamos em uma situação de escassez, é aí que tomamos mais conta do consumo ou de onde essa água vem”, verifica ela.
Sobre os instrumentos que podem ser utilizados para defender a água como direito humano, Apolinário acredita que facilitar o acesso e torná-lo cada vez mais democrático pode ser a solução. “Existem setores que consomem grande parte da água potável sem pensar em consequências”, observa. Para ela, ter um comitê que faz parte da gestão da água e facilita as formas de acesso à população em geral pode contribuir para a percepção do problema.
Ela acredita que as pessoas ainda precisam compreender melhor como funciona a gestão de recursos hídricos, já que todos podem assistir às discussões e entender os argumentos: “a gente quer defender que isso não acabe, mas as pessoas precisam saber o que elas podem acessar”, afirma.
Pelo aspecto do papel do comitê no financiamento de projetos, como o Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), ainda há melhorias a serem feitas para a efetividade dos propósitos, que muitas vezes não são concluídos ou sequer aprovados. Segundo Apolinário, a capacitação nas câmaras técnicas para a construção e avaliação de projetos também pode melhorar, com participantes do estado, sociedade civil ou município para auxiliarem nas demandas. Com tais projetos, a gestão das águas pode apresentar resultados significativos, entretanto com determinados cuidados para sua melhoria.
Para a melhoria do engajamento no comitê, ela acredita ser possível pelo acesso aos mandatários de prefeituras, no início de governos e antes da alteração dos representantes em mandatos, para que a ideia de participação geral seja algo com continuidade em qualquer delegação. “Para engajar, precisa ser uma coisa de cima para baixo, e é difícil ter servidores que consigam entender a importância da sua participação”. A sociedade civil possui dificuldade em participar por ter que ser representada por entidades e dominar conhecimentos específicos. “O conhecimento científico e técnico dos indivíduos no comitê facilita muito a decisão na plenária”, analisa.
João Pedro Voltarelli