Hillmann Carlos Albrecht


Hillmann Carlos Henrique Albrecht é presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Embu (Acise) e está no comitê por indicação do Centro de Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) Cotia. Para Hillmann, a governança da água é algo que ainda enfrenta dificuldades em relação à incompatibilidade com uma região metropolitana que possui um adensamento populacional, e merece estudos mais aprofundados.

Em relação aos comitês, ele acredita que as bacias poderiam ser analisadas separadamente, visto que cada uma possui características próprias e, portanto, diferentes dificuldades: “As governanças deveriam ser mais específicas para solucionar problemas específicos de cada bacia”, manifesta Albrecht.

Segundo ele, as bacias poderiam ser melhor governadas pelo poder público, pelas companhias de saneamento e pela população, com a devida comunicação da ciência no alcance para a compreensão pública. 

Os comitês são compostos em tripartite, com estado, município e sociedade civil. A última é a mais ampla, pois conta com associações e entidades ligadas ao próprio governo, além das empresas que utilizam a água e dos consumidores em geral. Entretanto, para Albrecht, as bacias possuem uma grande diversidade entre si, e poderiam ter uma maior resolução de problemas se os cinco subcomitês da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (Cotia-Guarapiranga, Billings-Tamanduateí, Tietê-Cabeceiras, Juqueri-Cantareira e Pinheiros-Pirapora) se tornassem comitês próprios, para a discussão de seus próprios problemas hídricos.

Quanto ao comitê, o principal objetivo é “promover o gerenciamento descentralizado, participativo e integrado dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos quantitativos e qualitativos, em sua área de atuação”, pela Lei 7663/1991. Os subcomitês foram criados para a participação direta de agentes no processo de decisões, e sua constituição exige a presença de representantes dos seguintes segmentos: sociedade civil organizada, usuários de água e poder público. 

“Cada sociedade civil olha a sua forma de destinar a água, mas as soluções precisam ser globais”, comenta Albrecht, e acrescenta que os problemas das regiões metropolitanas não são discutidos como deveriam. Como soluções, ele aborda o conhecimento de universidades, um conhecimento científico que poderia ser mais discutido nas reuniões do comitê de maneira a ser aberto para o entendimento de todos, e para motivar o engajamento em reuniões, ele sugere indicações de um corpo técnico permanente pelos municípios: “é sempre alguém que serve aquele mandato com algo novo, falta continuidade na governança do município”.

Quanto ao apoio financeiro recebido pelo Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos) para execuções de políticas estaduais relacionadas à água, Albrecht acredita que deveria ser algo canalizado para que municípios sem verba tivessem condições de aprovar mais projetos, que são os primeiros passos para uma melhor governança d’água: “se começassem dentro do município, desde educação ao bom uso da água, esses projetos seriam muito mais eficazes”, alega.

João Pedro Voltarelli