Carlos Eduardo Gomes da Rocha
Carlos Eduardo Gomes da Rocha trabalha há 30 anos na área de meio ambiente. É representante da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) no comitê, atuando no subcomitê da bacia de Billings-Tamanduateí.
Rocha entende que o maior ganho social gerado pela existência dos comitês é a democratização e integração das decisões de cunho público na governança das águas. A consolidação ainda em curso desses órgãos demonstra que é sempre importante manter sua estrutura sólida: “as pessoas dizem que é recente, mas em um sistema democrático que também é recente isso faz parte do processo”.
Ele valoriza o fato de que, em um formato tripartite, os atores compartilham experiências e visões. Apesar de sua estrutura democrática, os comitês lidam com desafios quando a representatividade enfrenta a luta entre interesses, visões pessoais e privilégios.
Em 2000, quando Rocha iniciou sua trajetória nos comitês, os representantes da EMAE eram selecionados em função de atividades operacionais na empresa. Ele percebe que houve uma mudança de visão, sendo que as pessoas começaram a se importar mais com a questão ambiental, como os efeitos da poluição, e menos com a engenharia e o controle de cheias, por exemplo.
Hoje, apesar da crescente evolução quanto à necessidade de preservação dos recursos naturais, a poluição leva a momentos de criticidade. Nesse sentido, o comitê reflete e atua para soluções. U caso crítico que Rocha presenciou, como membro do comitê, foi o que envolveu o rio Pinheiros e o reservatório Billings. O rio Pinheiros teve parte de seu curso desviado em direção ao reservatório para controle de cheias pela EMAE, o que ocasionou a poluição nas águas.
Com a baixa mobilização pública e governamental por causas ambientais, uma consequência é a ocupação irregular de áreas. Por isso, a solução que Rocha entende como necessária é o fortalecimento do poder público. “Senão, vamos assistir a cada dia que passa o avanço das construções e a perda dessa água”. Rocha acredita que a remuneração pela preservação da área de produção de água é um método para diminuir os efeitos sobre a degradação. Nesse caso, os comitês deveriam criar e articular uma política de regulamentação e ação sobre os recursos adquiridos.
Rebeca de Souza Almeida